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Irã confirma morte do presidente Ebrahim Raisi após queda de helicóptero

O Irã confirmou na madrugada desta segunda-feira, 20, segundo a agência Reuters, a morte do presidente Ebrahim Raisi e de sua comitiva, incluindo o chanceler Hossein Amirabdollahian, após a queda do helicóptero que os transportava de volta ao país depois de uma visita à fronteira com o Azerbaijão.

“O presidente Raisi, o ministro das Relações Exteriores e todos os passageiros do helicóptero morreram na queda”, disse o alto funcionário iraniano à Reuters, pedindo para não ser identificado.

A agência de notícias iraniana Mehr confirmou as mortes, informando que “todos os passageiros do helicóptero que transportava o presidente iraniano e o ministro das Relações Exteriores” acabaram falecendo.

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, que morreu em acidente de helicóptero neste domingo, 19, – NYT
Uma autoridade iraniana disse anteriormente à Reuters que o helicóptero que transportava Raisi e o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, ficou completamente queimado no acidente.

Durante o domingo, informações desencontradas aumentaram a preocupação geral com a situação do presidente. O Ministério do Interior iraniano chegou a afirmar que a aeronave fez um “pouso difícil”. A mídia estatal do país disse que o helicóptero havia sido localizado, porém o Crescente Vermelho, braço da Cruz Vermelha em países de maioria muçulmana, negou.

“O local do acidente ainda não foi encontrado”, disse o representante da entidade, Pirhossein Koolivand, no começo da madrugada de segunda, acrescentando que os socorristas trabalhavam “em condições difíceis”, em uma área montanhosa, com chuva e uma neblina densa.

Três helicópteros transportavam a comitiva presidencial. Dois deles aterrissaram sem problemas em Tabriz, noroeste do Irã, menos o que transportava Raisi. O presidente viajou à província do Azerbaijão Oriental para inaugurar uma barragem ao lado do presidente do país, Ilham Aliev.

Segundo a agência de notícias oficial IRNA, mais de 20 equipes de resgate equipadas com drones e cães farejadores, haviam sido enviadas ao local do acidente, próximo à cidade de Jolfa, a cerca de 600 quilômetros da capital, Teerã.

A busca foi acompanhada pela comunidade internacional, dada a relevância do Irã no Oriente Médio, região abalada pelo conflito entre Israel e o Hamas, um aliado de Teerã. Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Kuwait ofereceram ajuda nas buscas, assim como a Síria e o Iraque. A Turquia enviou 32 socorristas e seis veículos para participar do resgate, e o Hamas expressou “total solidariedade” ao Irã.

Raisi, acusado pela execução de milhares de dissidentes nos anos 1980, foi responsável por agravar a instabilidade política e econômica do país desde a sua eleição em 2021. Ele sucedeu o moderado Hassan Rouhani, que o havia derrotado nas eleições presidenciais de 2017 e que, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

Sua morte aumenta a incerteza em relação ao futuro do país. O jurista de 63 anos era um dos possíveis sucessores do aiatolá Ali Khamenei. A substituição do líder supremo, de 85 anos e saúde frágil, é uma das grandes preocupações imediatas do país e pode ficar ainda mais complexa agora.

(*) Com informações de Folhapress

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