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Putin promete apoiar a Coreia do Norte contra os Estados Unidos

O presidente russo visita o país após 24 anos

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu nesta terça-feira (18) aprofundar os laços comerciais e de segurança com a Coreia do Norte e apoiá-la contra os Estados Unidos, enquanto se dirigia ao recluso país com armas nucleares pela primeira vez em 24 anos.

Os EUA e os seus aliados asiáticos estão tentando perceber até onde irá a Rússia em apoio ao líder norte-coreano Kim Jong-un, cujo país é o único que realizou testes de armas nucleares no século 21.

Num sinal de que a Rússia, um membro com poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas, está reavaliando toda a sua abordagem à Coreia do Norte, Putin elogiou Pyongyang por resistir ao que ele disse ser pressão econômica, chantagem e ameaças dos EUA.

Num artigo publicado pela mídia estatal norte-coreana, Putin elogiou o “camarada” Kim e prometeu “resistir em conjunto às restrições unilaterais ilegítimas”, para desenvolver o comércio e fortalecer a segurança em toda a Eurásia.

“Washington, recusando-se a implementar acordos previamente alcançados, apresenta continuamente exigências novas, cada vez mais rigorosas e obviamente inaceitáveis”, disse Putin no artigo, impresso na primeira página do Rodong Sinmun da Coreia do Norte, o porta-voz do Partido dos Trabalhadores no poder.

“A Rússia sempre apoiou e continuará a apoiar a RPDC e o heroico povo coreano na sua oposição ao inimigo insidioso, perigoso e agressivo.”

Putin observou que a União Soviética foi a primeira a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), fundada pelo avô de Kim, Kim Il Sung, menos de dois anos antes da Guerra da Coreia de 1950.

A mídia estatal norte-coreana também publicou artigos elogiando a Rússia e apoiando suas operações militares na Ucrânia, chamando-as de “guerra sagrada de todos os cidadãos russos”.

A visita de Estado de Putin ocorre em meio a acusações dos EUA de que a Coreia do Norte forneceu “dezenas de mísseis balísticos e mais de 11 mil contêineres de munições à Rússia” para uso na Ucrânia. A Coreia do Sul, um forte aliado dos EUA, levantou preocupações semelhantes.

A Casa Branca disse na segunda-feira (18) que estava preocupada com o aprofundamento do relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte. O Departamento de Estado dos EUA disse estar “bastante certo” que Putin procurará armas para apoiar a sua guerra na Ucrânia.

Moscou e Pyongyang negaram transferências de armas, mas prometeram reforçar os laços militares, possivelmente incluindo exercícios conjuntos.

A Rússia deverá superar toda a aliança militar da Otan na produção de munições este ano, então a viagem de Putin provavelmente visa sublinhar a Washington o quão perturbadora Moscou pode ser numa série de crises globais.

A Rússia vetou em março a renovação anual de um painel de peritos que monitora a aplicação das sanções de longa data das Nações Unidas contra a Coreia do Norte devido aos seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos.

Acordo de parceria

O conselheiro de política externa de Putin, Yuri Ushakov, disse que a Rússia e a Coreia do Norte podem assinar um acordo de parceria durante a visita que incluiria questões de segurança.

Ele disse que o acordo não seria dirigido contra nenhum outro país, mas “delinearia perspectivas para uma maior cooperação”.

A visita incluirá discussões individuais entre os dois líderes, bem como um concerto de gala, recepção de Estado, guardas de honra, assinaturas de documentos e uma declaração à mídia, disse Ushakov, segundo a agência de notícias russa Interfax.

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